"E que a minha loucura seja perdoada, por que metade me mim é amor e a outra também."

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Quando a felicidade assusta

Ao som de Frank Sinatra - I won't dance (8)

Sentimento é uma parada estranha, não dá pra conter. Não da pra segurar e muito menos repreender, mesmo que as vezes gostaríamos que desse pra  fazer.  O que eu to querendo dizer é que sim, você sabe o que faz comigo. Você me faz ir dormir sorrindo, você me faz querer poder transformar um minuto em um dia inteiro, ou querer tornar uma tarde interminável.  Mas você também consegue acabar com a minha alegria sincera em apenas uma ligação. E em parte, eu me culpo por isso. Eu não deveria te dar liberdade pra gerar tal efeito, não é certo eu permitir que meu mundo gire em torno de você. Enquanto muitas tem o problema de achar que o mundo gira em torno do próprio umbigo, eu tenho o terrível defeito de sempre falar em terceira pessoa, e de te colocar sempre no meio dos meus negócios.

Ter aquela estranha sensação de comer o ultimo bom bom da caixa, ou de saber que é a última volta na montanha russa; é assim que eu me sinto quando ta tudo tão bom, quando chega na quinta feira e nós ainda não brigamos. Quando estamos nos despedindo no domingo e eu posso ir dormir sabendo que vou acordar bem por não ter que apagar nenhum incêndio criado num final de semana corrido. Pra ser sincera eu queria parar de falar sobre você. Eu gostaria de falar sobre o tempo, mesmo que eu não seja britânica, ou que eu não esteja dentro de um elevador sem assunto com algum estranho do trabalho.  Nestas circunstâncias qualquer outro assunto me faria sentir mais independente.

As vezes eu chego a me perguntar se é só com você. Se com outra pessoa a felicidade não seria mais casual. Mas isso acaba me levando a querer saber se eu conseguiria ser tão feliz, mesmo que por pouco tempo, com alguma outra pessoa sabendo que você ainda vive no mesmo mundo que eu.  Não é fácil pra mim, saber que eu continuo a insistir em me entregar a algo que me assusta, a viver sempre por um triz, a nunca estar estabilizada num único humor, e ainda ouvir você me culpando por isso, diga-se de passagem. Saber que depois de dez minutos olhando pra você e seu sorriso bobo, sentir a sua mão na minha e perceber como nossos dedos se encaixam perfeitamente, vai me faz esquecer de todo o meu lado e olhar mais uma vez pro nosso, ainda que você não faça o mesmo me deixa mais intrigada do que nunca. É interessante como as coisas mudam, e como elas deixam de importar. Mas não adianta, sempre vai ter faísca, sempre vamos nos arranhar, e eu nunca vou deixar de dizer o quanto eu queria deixar de ser dependente de você e desse sentimento que insiste em ficar.

"Sempre deixei claro que não somos desses casais de filmes, e hoje, entendi o porquê: somos melhor que aquilo, pois somos reais."

3 comentários:

  1. "I won't dance, don't ask me
    I won't dance, don't ask me
    I won't dance, madame with you
    My heart won't let my feet do things that they should do"

    Como você consegue criar coisas assim? Tá lindo!!!
    Espero que você nunca abandone esse talento, minha Tcheca querida!!!
    Beijos e beijos!!!!

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  2. Você escreve muito bem Bruninha. Texto muito perfeito. Beijokas ;*

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"Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Pensar é um ato. Sentir é um fato. O que escrevo é mais do que invenção, é minha obrigação contar sobre essa moça entre milhares delas. E dever meu, nem que seja de pouca arte, o de revelar-lhe a vida. Porque há direito ao grito. Então eu grito. Grito puro e sem pedir esmola." Clarice Lispector, em "A hora da estrela".
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