Metade amor & Metade loucura

"E que a minha loucura seja perdoada, por que metade me mim é amor e a outra também."

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Aquarela

Estar bem de espírito é colorir a alma com o lado aceso da aquarela. Rejuvenesce. É como se colocássemos apenas um pé no campo e as flores já abrissem pra despejar aroma, sem fazer espirrar. É aquele aroma bom, que não é que nem perfume sujo de indústria, é melhor. É leve e natural. Não é seco e nem molhado, apenas bem inspirado, por toda uma maravilha que foi feita pela criação, digna apenas dos nobres de coração. Não precisa ser puro, acho que no fundo, ninguém de fato é. Precisa apenas ter escolhido o amor e não ter sucumbido ao mal. Ter tentado trazer a tona tudo o que há de melhor na humanidade, mesmo que ela não queria ver e muito menos acreditar que ainda não é o fim. Que ainda há desejo de esperança e salvação para os que querem. Essa é toda uma história de luta e cordilheiras atravessadas, mas no fim, tudo resulta no bem. No bem que despejamos e recebemos de volta. Quem espera sempre alcança, né?
Nesse ano que chegou, eu fiz diferente, esperei ele começar pra derramar as primeiras palavras a seu respeito. Esperei o dia começar, para poder senti-lo, e não tentar prevê-lo,  como fazia antes. E quando enfim, o ano começou a correr e eu vi que, esse era pra valer, pude contemplar, que dessa vez, eu só tenho a agradecer. Agradecer pelo ano mais complicado da faculdade, pelas batalhas mais duras que travei comigo mesmo e com o mundo. Por ter me conhecido tão profundamente, de uma maneira única, que só pude fazer quando me aceitei por inteira, com qualidades e defeitos. Por ter conseguido perseverar nas inúmeras vezes que pensei em desistir, por ter ao meu lado pessoas que me amam e que se importaram em me ajudar. Pelos vários presentes e livramentos que o Senhor enviou. Por fim, agradeço por ter descoberto a força que eu carregava e não sabia, que só surgiu quando a única opção que eu tinha era a de ser forte e lutar pelas minhas vontades. Força essa, que provem, sempre, do meu Deus.

Por isso, 2015, eu digo que você apenas marca o começo de uma temporada que eu já sei que vai ser benção. A vida vai florescer como nunca e o aroma que eu vou espalhar vai ser dos melhores. Bem vindo, querido. 
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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Lirismo

"Sim, mas não esquecer que para escrever não-importa-o-quê o meu material básico é palavra. Assim é que esta história será feita de palavras que se agrupam em frases e destas se evola um sentido secreto que ultrapassa palavras e frases. [...] Parece que estou mudando o modo de escrever. Mas acontece que só escrevo o que quero, não sou um profissional – e preciso falar dessa nordestina senão sufoco."¹

Que não podemos julgar o que se passa dentro do outro é uma consciência fraca, mas pelo menos já pertence ao plano da consciência. Mas e quanto ao falar sobre o "outro" ? Alguns laços de sangue ou emocionais, parecem nos dar a liberdade de agir como se pudéssemos entrar e opinar no outro. Essa era da individualidade - saudável na minha opinião - é bombardeada pela intromição - a arte de se intrometer na vida alheia. Por isso, digo e repito: viver no meu "eu" esta cada vez mais suficiente e o clichê do amo próprio cada vez mais importante; para uma tomada tranquila de consciência. A dependência do quê ou de quem promove repugnância a cada instante em que vejo uma violação da privacidade acontecendo - comigo ou não. A liberdade sufoca quando ela é confundida ou erroneamente substituída por solidão, mas sim, eu quero o "ser livre" pra mim! Quero o "não me importar+noites bem dormidas"! Acho justo explicar o porque não querer a solidão. Uma vez li e ouvi o seguinte: "Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca."²  Pois bem, não concordo que seja a única, mas afirmo ser indispensável. A minha fé na liberdade é tão gritante ao ponto de agoniar ao saber que não a tenho e piorar ao perceber que não possuo a coragem necessária para ir a luta. E depois disso tudo exposto, a única conclusão em que cheguei foi: sufoco se não escrever!

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¹ - Clarice Lispecotor, A hora da estrela.

² - Clarice Lispector, Descoberta do mundo. 
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sexta-feira, 28 de março de 2014

Peso Pena

"Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer alguma coisa boa."
As vezes eu chego a achar que eu só existo porque tenho algo a dizer. Um mundo sem o "dizer" seria um simples vago no vão. Sem tirar e nem por. As palavras são mais do que fonte de vida, são os sentimentos e os sentidos refletidos. Por pra fora, pra mim, é literalmente por em palavras, me expor e me compor. De dentro pra fora e de fora pra dentro. Pois, pelo o que me consta, a palavra escrita é a nossa maior conquista. O ser pode por vários jeitos, estável ou apenas por um momento. Quando eu escrevo libero o melhor de mim, sem aquelas ironias e stress que o mundo provoca e que eu gero sem perceber. Sem aquelas cobranças e qualquer outro sentimento que não deixe paz. E eu queria conseguir me tornar estável e imutável nesse momento de perda - perda de peso, de indignação - mesmo que mudar signifique amadurecer e crescer. No final das contas, eu queria ser sempre assim, leve. Leve que nem pena. Pena que o vento leva pra onde quer, pra mostrar e dizer o que bem entender. E eu não estou falando por conta dos meus quilos a mais, que ganhei naquele brigadeiro de panela que eu comi quente mesmo. To falando de ser mutável, compatível a todas as resistências e potencias. Imune a quase todas as ofensas. "Camuflável" que nem camaleão. Ah! Mas se eu fosse um camaleão eu só iria querer estampar as cores bonitas da vida. As feias a gente embrulha e recicla. Porque de tudo temos que tirar algum proveito nessa vida, senão Deus não dava um jeito de as por no nosso caminho.



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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

As maçãs do topo



Mudaram as estações, nada mudou. Mas eu sei que alguma coisa aconteceu. Ta tudo assim, tão diferente. Se lembra quando a gente, chegou um dia acreditar que tudo era pra sempre ... (8)

Dói não dói? Ver que o que era - naqueles sonhos de criança correspondidos - se foi e sem aquelas chances de término bobo pra vocês voltarem. A gente não entende um punhado de coisas e mesmo assim procura uma solução pro mundo, a gente tenta agarrar ele com as pernas, os braços e os pensamentos. Pensamentos esses que nem dão pra você quanto mais pra toda essa bola gigante que aglomera pessoas absurdamente diferentes de você e que na maioria, não te entende e não faze nenhum esforço pra tal.
Eu sei que você chora todas as noites, e que as paisagens as quais você olha estão sempre borradas daquelas lágrimas de reserva, que cismam em cair quando você o vê ou quando simplesmente falam a respeito do quanto ele era bom pra você e do quanto vocês foram apegados. Olhar pra aquela mesa onde vocês se sujaram com a comida e logo depois deram um amasso ferrado no portão depois do namoro calmo do sofá + TV; e antes daquele tchau morrendo de vontade de voltar e dar aquele último beijo - que de último não tinha nada.
Tem horas que "luz no fim do túnel" é a única coisa que não vemos, que "relaxa, tudo vai melhorar" irrita e que os "filmes melosos" deveriam estar proibidos de aparecer. O mundo tem que entender, tem que perceber e parar pra você. Seus amigos precisam te ouvir e estar sempre alí pra você, até aquela que mora em algum reino tão tão distante. Você merece isso – sem aquela minha ironia de sempre. Mas uma das coisas que nunca vão te deixar em paz é a realidade, são as provas de final de período da faculdade, são as discussões sem sentido com alguém que você ama, ou qualquer outra coisa que não te faça sentir melhor. Mas no fundo, não desanima. Afinal, "Você é mais forte do que pensa e será mais feliz do que imagina." Acredita, maturidade tem tudo a ver com crescimento e crescimento por sua triste vez, tem tudo a ver com dor. Acredita, o amor existe e uma hora você vai achar. Acredita, as maçãs do topo são com certeza mais difíceis de se pegar.
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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Pico Matutino

Aquele acordar cedo que nem te deixa dar aquela espreguiçada gostosa que te faz lembrar o motivo de ter ido dormir tão tarde ou de ter ficado sem dormir todo o final de semana, porquê ele é curto demais pra esquecer e/ou fugir daquela longa e "apurrinhenta" semana de trabalho na movimentada metrópole. O cafezinho preto pra levantar os ânimos da já conhecida "segunda da ressaca" vai se sacudindo com as paradas nas estações do metrô lotado dentro daquele copo de plástico mal feito da lojinha de café instantâneo que fica ali na esquina da sua casa, até porquê não dá pra ir mais longe, seja com a caminhada ou com um passeio naquela bicicleta que você comprou pela internet a seis meses e ainda não foi capaz de usar por conta da correria que te atormenta sempre.
Era até gostoso de olhar aquelas saias justas com blusas sociais, ou aqueles ternos que nem pareciam esquentar no calor do Centro do Rio, de tão bonitos. Eu não conhecia a marca e nem me importava se eram feitos na Europa ou ali na costureira do Tingua, o fato era que eles davam um status de importância que eu costumava almejar, e quando finalmente consegui, quando finalmente eu fiz parte daquela multidão que sobe e desce as escadas que levam aos precários transportes coletivos, eu vi que não valia tanto a pena. Quero dizer, não valia nada a pena. Não era um bom negócio trocar um café da manhã não instantâneo por aquela correria que me fazia esquecer o pão dentro do armário da cozinha por nunca comer, não era bacana não ter pra quem cozinhar, aliais eu nem sabia mais cozinhar. E olha que minha mãe me deixou boas receitas, receitas que eu perdi na mudança daquela casa  com quintal, onde meus pais moravam, pro apartamento menorzinho que eu tinha condições de passar o aspirador de pó de vezes em quando pra não me atacar a rinite.
Ta ficando tenso ter que olhar pra essa parece de tijolos sempre que eu acordo com o barulho do trem passando, ta ficando irritante não poder morar num lugar mais apropriado por causa daqueles jovens ambiciosos que trazem sempre um currículo melhor do que o meu com seus exames de Cambridge e afastam cada vez mais a minha promoção à escritora contratada, uma vez que eu fui confundida com revisora dos erros de português desses "escritores novinhos" que não sabem nem empregar uma virgula direito, e diga-se de passagem que eu adoro a literatura contemporânea e admiro essas jovens cheios de gás.

Pode- se dizer então que vale sim tomar um café de manhã não instantâneo na bancada da cozinha, que eu vou gostar de ter que varrer as folhas no quintal de vez em quando e de ter que demorar uns 40 min. pra conseguir chegar no escritório, a fim de na volta passar no mercado pra comprar os ingredientes pra janta que eu vou fazer pra aquele carinha especial que eu penso todos os dias de manhã quando me espreguiço jurando que não vou mais passar a noite acordada fazendo planos com ele no telefone _ por mais que eu saiba que vou fazer isso sempre; ou escrevendo meu próximo romance que vai ser publicado com as vírgulas colocadas nos lugares certos. 
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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Amor maior

Pra você guardei o amor que sempre quis mostrar [...] Quem acolher o que ele tem e traz, quem entender o que ele diz no giz do gesto, o jeito pronto do piscar dos cílios que o convite do silêncio exibe em cada olhar.  Guardei sem ter porquê, nem por razão ou coisa outra qualquer. Além de não saber como fazer pra ter um jeito meu de me mostrar. Achei vendo em você, e explicação nenhuma isso requer... (8)

É revigorante saber que podemos passar horas juntos, conversando e trocando confidências. É amável saber que brigar não é a única coisa que fazemos, ainda que os beijos depois da briga sejam os melhores. Ainda que hajam desencontros nas opiniões sei que concordamos nas coisas mais importantes, como por exemplo no quanto é bom e aceitável a ideia de ficar até meio dia na cama em plena segunda feira, ainda que as responsabilidades estejam gritando lá fora, junto com as buzinas do transito infernal. Eu posso até trocar o seu Rap por alguma melodia enjoada minha, como diria você, mas sempre que escutar algum som estridente com alguém cantando tão rápido a ponto da minha massa cinzenta não acompanhar eu vou lembrar de você e desejar você ao meu lado, com ou sem música, contando que eu possa te tocar sempre que eu quiser. Porque com você as coisas parecem simples, eu consigo acreditar que o meu problema não é o fim do mundo e que sim, o sol vai voltar amanhã. Eu amo essa influência sua e  amo o efeito que as suas palavras doces tem em mim, e como elas me fazem dormir bem, dormir sorrindo.
Tem sido raro ficar bem, mas eu já não sei o motivo. Acho que te jogar contra a parede e apontar todos os seus erros era uma maneira de dizer a mim mesma que o meu mau humor não era a toa,  ainda que fosse, e você sabia disso, só evitava me dizer. Não vou excluir a possibilidade de você me irritar, porquê é isso que você faz. Mas faz muito mais. A parte ruim vira detalhe perto de quando eu desligo o telefone e desejo continuar ouvindo a sua voz mesmo que seja pra falar de nada, ou do quanto eu desejo não precisar acordar em camas separadas todos os dias. Acho que seria gratificante poder cozinhar pra você, e saber que depois do jantar não vou precisar te levar até o portão. Quando olho pra isso todo o resto desaparece me fazendo perceber que você já faz parte de mim e que eu não escolheria nenhuma outra pessoa pra passar o resto dos meus dias. Me imaginar em uma cadeira de balanço contando nossas loucuras aos nossos netos junto de você me parece um ótimo plano de vida, se é que temos um plano, já que o nosso desejo de estar simplesmente junto derruba todas as outras possibilidades. 

Dedicado ao homem da minha vida.
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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Quando a felicidade assusta

Ao som de Frank Sinatra - I won't dance (8)

Sentimento é uma parada estranha, não dá pra conter. Não da pra segurar e muito menos repreender, mesmo que as vezes gostaríamos que desse pra  fazer.  O que eu to querendo dizer é que sim, você sabe o que faz comigo. Você me faz ir dormir sorrindo, você me faz querer poder transformar um minuto em um dia inteiro, ou querer tornar uma tarde interminável.  Mas você também consegue acabar com a minha alegria sincera em apenas uma ligação. E em parte, eu me culpo por isso. Eu não deveria te dar liberdade pra gerar tal efeito, não é certo eu permitir que meu mundo gire em torno de você. Enquanto muitas tem o problema de achar que o mundo gira em torno do próprio umbigo, eu tenho o terrível defeito de sempre falar em terceira pessoa, e de te colocar sempre no meio dos meus negócios.

Ter aquela estranha sensação de comer o ultimo bom bom da caixa, ou de saber que é a última volta na montanha russa; é assim que eu me sinto quando ta tudo tão bom, quando chega na quinta feira e nós ainda não brigamos. Quando estamos nos despedindo no domingo e eu posso ir dormir sabendo que vou acordar bem por não ter que apagar nenhum incêndio criado num final de semana corrido. Pra ser sincera eu queria parar de falar sobre você. Eu gostaria de falar sobre o tempo, mesmo que eu não seja britânica, ou que eu não esteja dentro de um elevador sem assunto com algum estranho do trabalho.  Nestas circunstâncias qualquer outro assunto me faria sentir mais independente.

As vezes eu chego a me perguntar se é só com você. Se com outra pessoa a felicidade não seria mais casual. Mas isso acaba me levando a querer saber se eu conseguiria ser tão feliz, mesmo que por pouco tempo, com alguma outra pessoa sabendo que você ainda vive no mesmo mundo que eu.  Não é fácil pra mim, saber que eu continuo a insistir em me entregar a algo que me assusta, a viver sempre por um triz, a nunca estar estabilizada num único humor, e ainda ouvir você me culpando por isso, diga-se de passagem. Saber que depois de dez minutos olhando pra você e seu sorriso bobo, sentir a sua mão na minha e perceber como nossos dedos se encaixam perfeitamente, vai me faz esquecer de todo o meu lado e olhar mais uma vez pro nosso, ainda que você não faça o mesmo me deixa mais intrigada do que nunca. É interessante como as coisas mudam, e como elas deixam de importar. Mas não adianta, sempre vai ter faísca, sempre vamos nos arranhar, e eu nunca vou deixar de dizer o quanto eu queria deixar de ser dependente de você e desse sentimento que insiste em ficar.

"Sempre deixei claro que não somos desses casais de filmes, e hoje, entendi o porquê: somos melhor que aquilo, pois somos reais."

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Retribuição

É muito importante ter você aqui. Escrever e Ler são duas coisas que vivem juntas, portanto agradeço a sua leitura no que eu escrevi. Desejo que você leia cada vez mais e goste cada vez mais. Volte sempre (:

Meus Amores e Minhas Amoras

Uma concepção minha

Minha foto
"Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Pensar é um ato. Sentir é um fato. O que escrevo é mais do que invenção, é minha obrigação contar sobre essa moça entre milhares delas. E dever meu, nem que seja de pouca arte, o de revelar-lhe a vida. Porque há direito ao grito. Então eu grito. Grito puro e sem pedir esmola." Clarice Lispector, em "A hora da estrela".
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